Reconstrução mamária microcirúrgica – técnica DIEP
A reconstrução mamária é um método cirúrgico destinado a restaurar a mama após uma mastectomia, indicado principalmente após tratamento cirúrgico de câncer de mama, trauma ou tumores de parede torácica.
A reconstrução dos seios é um passo substancial para um melhor retorno às atividades de vida diárias, não apenas restaurando um órgão perdido, mas também ajudando a recuperar a feminilidade e ajudando a esquecer a difícil batalha que foi travada contra a essa doença. Entre as muitas motivações que podem levar à reconstrução das mamas, as principais são o desejo de melhorar a autoestima e de se sentir mais desejável e confortável com o próprio corpo.
O que é a técnica do DIEP?
Desenvolvida por microcirurgiões cirurgiões plásticos, a técnica baseia-se em refazer a mama da paciente com seu próprio tecido (pele e gordura). Ela é uma evolução de uma outra cirurgia que utilizava o músculo reto do abdome – TRAM. Através do uso de lupas e microscópios é possível poupar os músculos da parede abdominal, diminuindo as chances de hérnias ou abaulamentos no abdome após a cirurgia.
São realizadas duas cirurgias: a retirada da aba, que se assemelha a uma abdominoplastia, e a recomposição do seio. Isto porque a derme e a gordura utilizadas são da barriga, preservando as veias e artéria que serão reimplantadas na mama que foi removida. Muitas vezes, e mais idealmente, a cirurgia DIEP pode ser realizada logo após a remoção dos seios, no mesmo dia.
Realizada em conjunto com o cirurgião plástico, no momento da implantação da nova pele, as formas e tamanhos são moldados, tendo em mente a composição do paciente e também a parte estética.
Fundamentalmente, nesta cirurgia, a mama é reconstruída usando apenas gordura abdominal subcutânea, deixando o músculo reto subjacente intacto.
Qual é o objetivo?
O objetivo do cirurgião é produzir um órgão completamente novo, o mais próximo possível de um seio natural. Por esta razão, ao longo dos anos e à medida que as técnicas cirúrgicas e os conhecimentos anatômicos avançaram, surgiram técnicas que permitem reconstruções de maior qualidade e mais fisiológicas.
Qual é a importância da técnica DIEP?
A remoção dos seios é um processo difícil para uma mulher diagnosticada com câncer, pois afeta diretamente a autoestima da paciente, porém é um procedimento necessário pois salva vidas. Portanto, a reconstrução mamária é um método fundamental para que a mulher se recupere emocionalmente.
“É raro que uma mulher não deseje se submeter a uma reconstrução de mama. Esta participação é essencial porque traz uma situação emocional muito melhor, e a recuperação da autoestima”, diz o cirurgião plástico Dr. João Pedro Biló.
Vantagens da reconstrução dos seios com a técnica – DIEP
Uma das principais vantagens da reconstrução mamária DIEP é que ela torna possível substituir a perda de um ou ambos os seios e evita a necessidade de próteses mamárias. Isto significa que o tecido de nossa paciente é transplantado da barriga para o peito, o que mostra um aspecto mais natural e até dá uma melhor recuperação pós-operatória, pois impede o sacrifício dos músculos utilizados nas técnicas recentes.
O objetivo da reconstrução dos seios com a técnica DIEP não é apenas restaurar a mama, mas também o emocional comprometido pelos problemas da autoimagem, aprovação social, e a fragilidade na vida como casal.
Outro benefício fundamental é o fato de que no mesmo dia da mastectomia o paciente já pode ter a reconstrução, causando menos efeito psicológico e social na vida da paciente.
No DIEP, a paciente pode ser submetida à radioterapia no retalho cutâneo, quando indicado pelo mastologista ou oncologista, com menos danos em relação aos casos de colocação de prótese de silicone.
Além disso, temos a possibilidade de nomear o benefício da remoção da gordura abdominal, que poderia ser uma vantagem para as mulheres que já estavam à procura de redução de gordura na área.
Recuperação pós-operatória
A recuperação após a reconstrução dos seios com tecido do abdome envolve o uso de malhas elásticas no abdome e mamas, bem como um curativo ou sutiã flexível, que protegerá o peito e minimizará o inchaço pós-cirúrgico.
Além disso, um dreno pode ser inserido temporariamente sob a derme para drenar o excesso de sangue ou líquido.
Alguns cuidados pós-operatórios podem ser integrados:
- Prevenção de atividades físicas ou esportivas
- Evitar o transporte de objetos pesados
- Uso de um sutiã adequado (sutiã cirúrgico) para melhor sustentação
- Seguir uma dieta equilibrada baseada em diretrizes médicas.
DIEP ou TRAM?
Ao equacionar o retalho DIEP (retalho perfurante profundo da artéria epigástrica inferior) e o retalho pediculado TRAM (retalho transversal do músculo reto abdominal), é possível encontrar evidências da superioridade de uma técnica sobre a outra na recomposição dos seios com tecido autólogo após a mastectomia em relação a recuperação da paciente.
Atualmente, com base nas evidências relatadas, o corpo de trabalho sugere que os cirurgiões que planejam a reconstrução mamária para sua paciente devem considerar o seguinte: as preferências e os componentes de risco da paciente, o local de prática do cirurgião, os recursos disponíveis, as evidências delineadas nesta diretriz e, da mesma forma que fundamentalmente, a experiência técnica do cirurgião.
Resultado final dos seios
Embora os resultados estéticos tenham o potencial de ser bastante bons, deve-se considerar que a mama reconstruída não será exatamente igual ao peito natural removido.
Além das diferenças de textura e consistência, haverá marcas visíveis (que se tornam mais discretas com o tempo) e uma perda de sensação. Mesmo assim, a recomposição geralmente proporciona vários benefícios estéticos e emocionais para a mulher.
A maioria das pacientes mastectomizadas têm a possibilidade de optar por este tipo de recomposição, o que implica um enorme desenvolvimento na luta contra as consequências do procedimento do câncer de mama.
É um procedimento muito utilizado nos hospitais mais prestigiados do mundo inteiro.
