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Mama Tuberosa

Mama Tuberosa

As mamas tuberosas são um fenômeno raro que ocorre durante a puberdade, deixando uma marca indelével na jornada das mulheres. Imagine desbravar a puberdade com uma deformidade no desenvolvimento natural das mamas, desafiando as expectativas naturais de apresentação desse órgão que representa tanta feminilidade.

Essa condição pode se manifestar de maneira variada, impactando uma ou ambas as mamas, e trazendo consigo um peso emocional significativo. Desde a autoestima até o bem-estar físico, cada aspecto da vida é tocado por essa peculiaridade.

Conhecer sobre as mamas tuberosas é essencial não apenas para identificá-las, mas também para explorar as possibilidades de tratamento, buscando devolver à forma seu estado mais natural possível. No entanto, as implicações vão muito além da superfície estética.

O impacto psicológico dessa condição não pode ser minimizado, afetando a imagem corporal, a confiança e a saúde mental das mulheres. Por isso, este texto busca lançar luz sobre as mamas tuberosas, ressaltando a importância do diagnóstico precoce, das terapias eficazes e do suporte emocional necessário para enfrentar esse desafio.

O que é mama tuberosa? 

A causa precisa das mamas tuberosas ainda não foi completamente compreendida, mas parece estar relacionada a uma interrupção no desenvolvimento mamário durante a puberdade. Essa condição, conhecida como “mama tuberosa“, abrange uma gama de deformidades mamárias com características anatômicas distintas e graus de gravidade.

Este cenário pode variar em intensidade, podendo afetar unilateral ou bilateralmente as mamas, e acarreta um impacto adverso significativo na autoestima e no bem-estar físico das mulheres.

Mama tuberosa na adolescência

A mama tuberosa na adolescência representa um desafio particular, tanto físico quanto emocional, para as jovens afetadas por essa condição. Durante a puberdade, período em que o corpo passa por significativas mudanças e desenvolvimento, o surgimento da mama tuberosa pode causar confusão, constrangimento e impactar negativamente a autoestima e a imagem corporal.

Como é feito o diagnóstico de mama tuberosa?

O diagnóstico de mama tuberosa geralmente é feito com base na avaliação clínica feita por um cirurgião plástico; em alguns casos detectado pelo médico ginecologista no exame físico de rotina. Durante a consulta, o médico examinará as características físicas das mamas, considerando os critérios específicos que definem esta condição, como a base estreita da mama, forma tubular, aréolas alargadas e a falta de desenvolvimento normal em certas áreas da mama.

Além do exame físico, o médico pode solicitar exames de imagem, como mamografia ou ultrassonografia, para obter uma visão detalhada da estrutura interna das mamas. Esses exames ajudam a avaliar a distribuição do tecido mamário, a presença de tecido glandular herniado (projetando-se através da aréola) e outras características anatômicas relevantes para o diagnóstico.

Em alguns casos, a ressonância magnética (RM) das mamas também pode ser recomendada, especialmente se houver necessidade de uma avaliação mais detalhada da extensão da condição ou para planejar o procedimento cirúrgico.

É importante ressaltar que o diagnóstico preciso e uma compreensão clara da extensão da condição são fundamentais para desenvolver um plano de tratamento eficaz, que possa atender às necessidades e expectativas da paciente, visando melhorar a aparência estética das mamas e, consequentemente, a qualidade de vida.

O que causa a mama tuberosa?

O desenvolvimento completo das mamas ocorre durante a puberdade, que pode começar por volta dos 7-9 anos e terminar aos 15-16 anos. No entanto, as causas exatas das deformidades tuberosas não são totalmente compreendidas. 

Alguns especialistas sugerem que a falta de uma camada específica na aréola pode ser um fator importante. Outros destacam a presença de um anel fibroso ao redor da aréola, que pode impedir o crescimento normal da glândula mamária. Segundo alguns estudos, esse anel fibroso pode ser causado pelo espessamento de certos tecidos ou pelo aumento de certos ligamentos.

Em verdade, a expressão “mama tuberosa” é usada para definir uma variedade de deformidades mamárias com vários graus de gravidade. Embora a causa exata seja desconhecida, alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de mamas tuberosas incluem:

Fatores Genéticos: Acredita-se que a predisposição genética desempenhe um papel no desenvolvimento da condição, visto que, em alguns casos, há histórico familiar de mamas tuberosas. 

Distúrbios do Desenvolvimento: Anormalidades no desenvolvimento do tecido mamário e do tecido conjuntivo durante a puberdade podem levar à formação de mamas tuberosas.

Desordens Hormonais: Desbalanços hormonais durante a puberdade também podem influenciar o desenvolvimento anormal das mamas, embora a relação exata entre desordens hormonais e mamas tuberosas não seja claramente estabelecida.

Importante ressaltar que a mama tuberosa é uma condição congênita e não é causada por comportamentos ou escolhas de estilo de vida. O diagnóstico precoce e a intervenção cirúrgica são essenciais para corrigir a deformidade e melhorar a qualidade de vida e autoestima das mulheres afetadas.

Quais são os tipos de mamas tuberosas?

Os tipos de mamas tuberosas são geralmente classificados com base na gravidade da condição e nas características específicas da deformidade. Esta classificação ajuda os cirurgiões plásticos a determinar a melhor abordagem cirúrgica para cada caso. Os tipos mais comuns incluem, segundo Grolleau, et al. (1999):

Tipo I

Caracteriza-se por uma deficiência de tecido mamário na parte inferior medial da mama. A base da mama é normal, mas a área em torno da aréola é restrita. Corresponde a 56% dos casos.

Tipo II

Neste tipo, a deficiência de tecido se estende pela parte inferior da mama, tanto medial quanto lateralmente. A base da mama é mais estreita do que o normal, e há uma maior herniação do tecido glandular através da aréola. Corresponde a 26% dos casos.

Tipo III

O tipo III é marcado por uma deficiência severa de tecido em toda a parte inferior da mama e uma base extremamente estreita. Este tipo também pode apresentar uma grande distância entre as mamas que apresentam um aspecto de tubérculo caprino. Corresponde a 18% dos casos.

De acordo com Von Heimburg et al (1996), há um quarto tipo de má formação onde o grau é mais grave, com deficiência de tecido em toda a mama, resultando em uma forma tubular muito pronunciada. A aréola é muitas vezes bastante dilatada e protrusa devido à herniação do tecido glandular.

Cada tipo de mama tuberosa apresenta seus próprios desafios para a correção cirúrgica, e a escolha do procedimento dependerá da gravidade da deformidade, bem como das expectativas e objetivos individuais da paciente. As técnicas cirúrgicas podem incluir a remodelação do tecido mamário, redução ou reposicionamento da aréola, e, em alguns casos, o uso de implantes mamários para alcançar uma forma mais natural e simétrica. Em casos mais avançados é necessário mais de uma etapa (cirurgia) para atingir-se o objetivo estético.

Como identificar mamas tuberosas? 

Identificar mamas tuberosas envolve observar características específicas que diferem das mamas com desenvolvimento típico. Aqui estão os principais sinais:

Base Restrita: As mamas têm uma base mais estreita do que o normal, resultando em uma forma alongada.

Aréolas Alargadas: As aréolas podem parecer desproporcionalmente grandes em relação ao resto da mama.

Herniação do Tecido Glandular: O tecido mamário pode se prolongar através das aréolas, dando-lhes uma aparência inchada ou abaulada.

Falta de Volume na Parte Inferior: A maior parte do tecido mamário se concentra na parte superior, deixando a parte inferior da mama com pouco volume.

Assimetria: É comum uma mama ser mais afetada que a outra, resultando em mamas assimétricas.

Se você observar essas características em suas mamas, considerar uma consulta com um cirurgião plástico pode ser o próximo passo para avaliação e discussão sobre as opções de tratamento.

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Como tratar mama tuberosa?

O tratamento da mama tuberosa visa corrigir a forma e a simetria das mamas, proporcionando um contorno mais natural e melhorando a autoestima da paciente. Geralmente, o tratamento envolve procedimentos cirúrgicos que são escolhidos com base na gravidade da deformidade e nos desejos específicos da paciente. Aqui estão as principais opções de tratamento:

Mamoplastia de Aumento

Descrição: A mamoplastia de aumento utiliza implantes mamários para proporcionar volume e melhorar a forma da mama. Os implantes podem ajudar a esticar a pele e a base da mama, diminuindo a aparência tuberosa. Durante o ato cirúrgico o cirurgião pode seccionar o anel fibroso quando ele é mais pronunciado.

Indicação: Recomendado para pacientes com falta de volume mamário e para quem deseja mamas maiores.

Mastopexia (Lifting de Mama)

Descrição: A mastopexia  é um procedimento para elevar e remodelar as mamas, reposicionando o tecido mamário e a aréola. Pode ser combinado com implantes para adicionar volume.

Indicação: Indicado para pacientes com ptose (queda) mamária e aréolas dilatadas.

Redução da Aréola

Descrição: Redução do tamanho da aréola para criar uma proporção mais natural em relação ao tamanho da mama.

Indicação: Especialmente útil para pacientes com aréolas excessivamente dilatadas devido à herniação do tecido glandular.

Enxerto de Gordura

Descrição: Transferência de gordura de outra parte do corpo para as mamas, visando melhorar o contorno e preencher as depressões. Associado ou não ao uso de implantes de silicone.

Indicação: Pode ser uma opção para pacientes com graus leves que preferem uma abordagem menos invasiva ou que precisam de correções menores.

A escolha do tratamento adequado depende de uma avaliação detalhada por um cirurgião plástico especializado. Este profissional considerará a gravidade da deformidade, as expectativas da paciente e as melhores técnicas cirúrgicas para alcançar resultados estéticos e funcionais ideais. O acompanhamento pós-operatório é crucial para garantir uma recuperação adequada e o sucesso do tratamento.

Recuperação e pós operatório

A recuperação e o pós-operatório da cirurgia de mama tuberosa são fases cruciais para garantir o sucesso do procedimento e a satisfação com os resultados. Aqui estão algumas orientações gerais para o período de recuperação:

Imediatamente Após a Cirurgia

Descanso: É fundamental repousar e limitar as atividades físicas nas primeiras semanas após a cirurgia para facilitar a cicatrização. A partir de 10 a 14 dias atividades físicas leves como caminhadas são liberadas. Com 21 dias de pós-operatórios exercícios anaeróbicos (academia) para membros inferiores já podem voltar a rotina.

Cuidados com as Incisões: Siga as instruções do cirurgião sobre como cuidar das incisões, que podem incluir a limpeza delicada da área e a troca de curativos. Em geral, sobre as camadas de suturas o uso da cola cirúrgica dermabond Prineo proporciona maior conforto e menor risco de infecções. Ela dispensa a troca de curativos durante o período inicial de 10 a 14 dias.

Uso de Sutiã Cirúrgico

Suporte: O uso contínuo de um sutiã cirúrgico ou de compressão é recomendado para reduzir o inchaço e sustentar as mamas enquanto cicatrizam.

Medicação

Alívio da Dor: Medicamentos para dor serão prescritos para gerenciar o desconforto no período pós-operatório. É importante seguir a dosagem recomendada.

Antibióticos: Se prescritos, os antibióticos devem ser tomados conforme as instruções para prevenir infecções.

Atividades Físicas

Restrições: Evite atividades físicas intensas, levantamento de peso e exercícios que envolvam os braços ou o peito por um período recomendado pelo seu médico. Em geral 60 dias.

Retorno Gradual: As atividades diárias leves podem ser retomadas conforme orientação médica, mas o retorno à rotina normal de exercícios deve ser gradual e sob aprovação do cirurgião.

Consultas de Acompanhamento

Monitoramento: As consultas de acompanhamento são essenciais para monitorar a cicatrização, avaliar os resultados da cirurgia e ajustar quaisquer cuidados adicionais necessários.

Cuidados a Longo Prazo

Proteção Solar: Proteja as cicatrizes do sol para evitar escurecimento. Use protetor solar de alta proteção em áreas expostas, os primeiros 6 meses são essencias para uma cicatriz mais discreta.

Observação: Acompanhe qualquer alteração nas mamas e comunique ao seu médico. Mudanças na sensibilidade, dor ou inchaço, aumento de temperatura devem ser relatadas.

Expectativas Realistas

Paciência: A aparência final das mamas pode levar alguns meses para se estabilizar devido ao inchaço e à cicatrização, com 3 meses elas já se aproximam do resultado final. Tenha paciência e mantenha comunicação aberta com seu cirurgião.

Seguir as recomendações do cirurgião e manter uma comunicação clara durante o processo de recuperação são fundamentais para um resultado bem-sucedido e para a sua satisfação com a cirurgia de mama tuberosa.

Quem tem mama tuberosa pode amamentar?

A capacidade de amamentar após uma cirurgia de correção de mama tuberosa pode variar de acordo com a extensão da cirurgia realizada e as características individuais da deformidade mamária antes do procedimento. 

A mama tuberosa é uma condição que afeta o desenvolvimento do tecido mamário, podendo, em alguns casos, impactar os ductos mamários e as glândulas produtoras de leite.

Fatores que Influenciam a Amamentação:

Preservação dos Ductos Mamários: Se a cirurgia conseguiu preservar a funcionalidade dos ductos mamários e das glândulas de leite, a amamentação pode ser possível.

Tipo de Cirurgia Realizada: Procedimentos que envolvem a manipulação do tecido glandular ou a relocalização da aréola podem afetar a capacidade de amamentar. 

Gravidade da Condição Preexistente: Mulheres com uma forma mais leve de mama tuberosa, onde há menos comprometimento do tecido glandular, podem ter mais facilidade para amamentar.

Quero fazer a cirurgia e planejo amamentar, o que fazer?

É essencial discutir o desejo de amamentar no futuro com o cirurgião plástico antes da cirurgia de correção da mama tuberosa. O médico pode ajustar a técnica cirúrgica para maximizar as chances de preservar a capacidade de amamentação.

Como será amamentar após a cirurgia?

Algumas mulheres podem precisar de assistência ou orientação adicional para amamentar após a cirurgia, incluindo o uso de técnicas para estimular a produção de leite ou o apoio de um especialista em lactação.

Embora a cirurgia de correção da mama tuberosa possa apresentar desafios à amamentação, muitas mulheres conseguem amamentar com sucesso, total ou parcialmente. É importante ter expectativas realistas e buscar apoio profissional antes e após o parto para avaliar e facilitar a amamentação.

Em suma, a relevância de um diagnóstico correto e de uma escolha informada sobre as opções de tratamento para a mama tuberosa não pode ser subestimada. Reconhecer e entender esta condição é o primeiro passo para superar tanto os desafios físicos quanto emocionais que ela pode apresentar. 

Com a intervenção cirúrgica apropriada, é possível alcançar uma aparência mamária mais natural e simétrica, melhorando significativamente a autoestima e a qualidade de vida das mulheres afetadas. 

Além disso, o suporte emocional adequado é fundamental para enfrentar e superar as questões de imagem corporal e autoconfiança que frequentemente acompanham esta condição. 

Combinando tratamento médico especializado e apoio psicológico, as mulheres com mama tuberosa podem navegar com sucesso por este desafio, abrindo caminho para uma recuperação plena e uma vida mais gratificante.

Referências: 

Dr. João Pedro Biló

David A. Hidalgo DA, Spector JA. Breast Augmentation. Plast Reconstr Surg. 2014;133(4):567e-83e.DOI: http://dx.doi.org/10.1097/PRS.0000000000000033

Grolleau JL, Lanfrey E, Lavigne B, Chavoin JP, Costagliola M. Anomalias da base da mama: estratégia de tratamento para mamas tuberosas, pequenas deformidades e assimetria. Cirurgia de Reconstrução Plast. 1999;104(7):2040-8.

Mandrekas AD, Zambacos GJ, Anastasopoulos A, Hapsas D, Lambrinaki N, Ioannidou-Mouzaka L. Aesthetic reconstruction of the tuberous breast deformity. Plast Reconstr Surg. 2003;112(4):1099-8. DOI: http://dx.doi.org/10.1097/01.PRS.0000076502.37081.28

Von Heimburg D, Exner K, Kruft S, Lemperle G. A deformidade tuberosa da mama: classificação e tratamento. Br J Plast Surg. 1996;49(6):339-45.

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