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Linfedema

Cirurgia de Linfedema

Indicada para combater as alterações anatômicas e funcionais associadas ao acúmulo de fluidos em determinada área do corpo, a cirurgia de linfedema é uma técnica que se mostrou viável desde o início dos anos 2000, com o aprimoramento de técnicas e materiais. O procedimento pode ser realizado de duas maneiras distintas, que podem ser associadas dependendo da situação clínica do paciente.

A cirurgia de linfedema pode ser fisiológica ou não fisiológica, sendo que o primeiro caso frequentemente é mais indicado para pacientes que apresentam ainda alguma função preservada do sistema linfático. As cirurgias fisiológicas, em geral, podem ser feitas por meio de transplante de linfonodos ou por meio da chamada anastomose linfático-venosa, também chamada de anastomose linfovenosa ou by-pass linfovenoso.

Essa cirurgia tem como objetivo diminuir a progressão da doença, diminuir o número de infecções por ano, redução do volume e sensação de peso no membro acometido. A cirurgia não fisiológica visa basicamente a ressecção cirúrgica de excesso de tecido, não reduzindo assim a progressão da doença.

O que é um linfedema?

O linfedema é definido clinicamente como o aumento de volume em alguma região específica do corpo, sobretudo membros. Esta alteração é causada pelo acúmulo de líquido rico em proteína no espaço intersticial, entre as células do tecido subcutâneo (gordura), e ocorre devido à incapacidade do sistema linfático em transportar a linfa ao sistema circulatório, causando problemas como:

  • Substituição do tecido gorduroso por tecido fibroso;
  • Inchaços localizados;
  • Dificuldade do organismo em combater infecções na área afetada;
  • Alteração na mobilidade dos membros.

Quando o organismo funciona normalmente, cerca de 2 a 3 litros de fluido intersticial é transportado diariamente da periferia do corpo para a circulação venosa central. Isso é feito por meio dos capilares e vasos linfáticos, além de linfonodos, ducto linfático direito e ducto torácico, chegando então na veia cava. Um dos primeiros sinais de falha nesse transporte é o aumento da pressão linfática.

Quando acomete os membros, o linfedema pode ser classificado de acordo com a diferença de volume entre eles: até 20% de diferença é considerado um linfedema suave, entre 20% e 40% o problema é moderado, e variações maiores do que 40% são consideradas graves.

O que causa o linfedema?

O linfedema pode ser primário, de origem congênita, ou secundário — adquirido ao longo da vida. Embora possam estar associados a fatores como obesidade e infecções, os chamados linfedemas secundários ocorrem com mais frequência em pacientes que passaram por tratamentos oncológicos que, muitas vezes, exigem a retirada de grupos de linfonodos.

No tratamento do câncer de mama, por exemplo, o número de metástases, a realização da mastectomia, a extensão da cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são fatores que podem favorecer o surgimento de linfedemas. Quando o paciente é submetido a esvaziamento dos linfonodos axilares, a incidência do linfedema pode chegar em 20% e até 40%.

O diagnóstico do linfedema pode ser feito pela simples observação dos sintomas, dependendo do caso. Entretanto, alguns exames geralmente são necessários não apenas para confirmar o problema, mas para mensurar o grau e dar informações detalhadas para que o tratamento seja planejado com maior precisão. Os principais exames que podem ser solicitados neste caso são:

  • Tomografia;
  • Ultrassonografia;
  • Ressonância magnética com linfangiografia;
  • Linfocintilografia com tecnécio-99;
  • Linfografia com indocianina verde.

Como é realizada a cirurgia de linfedema?

Como foi citado, a cirurgia de linfedema pode ser realizada a partir de duas técnicas que podem ser aplicadas separadamente ou de maneira associada, conforme a situação clínica do paciente. A linfovenosa anastomose (LVA) é realizada após exames de imagem que identificam a localização do principal ponto de falha no transporte de fluido linfático.

Com auxílio de um microscópio, o cirurgião identifica os vasos próximos considerados viáveis, e faz a LVA por meio da construção de uma conexão com o sistema venoso adjacente. Desse modo, o fluxo da linfa é desviado e a drenagem do membro acometido pelo linfedema é melhorada. O tempo de internação para esta cirurgia de linfedema geralmente é curto, variando de 1 a 2 dias em média.

O outro método de cirurgia de linfedema é o transplante de linfonodos, que consiste na retirada de gânglios linfáticos de regiões não acometidas pelo problema e posterior transplante na região que apresenta o acúmulo de líquidos. O tempo de internação, neste caso, é um pouco mais amplo e leva de 5 a 7 dias, aproximadamente.

O transplante de linfonodos é uma cirurgia de linfedema que demanda cuidado para que não seja retirado o chamado linfonodo sentinela da região doadora, caracterizado por ser o primeiro gânglio a receber células malignas oriundas de um tumor. Para que isso seja feito, é necessário um exame de mapeamento reverso intra-operatório para visualizar e identificar essas estruturas.

Vale destacar que a realização de um dos procedimentos não necessariamente exclui o outro, sendo possível executar ambas as cirurgias na mesma pessoa — tanto no mesmo dia quanto em momentos diferentes, dependendo do quadro de saúde e da evolução clínica do indivíduo. A avaliação do caso e das possibilidades de tratamento cirúrgico cabe ao especialista responsável pela saúde do paciente com linfedema.

Outros tratamentos possíveis

Além dos citados métodos de cirurgia de linfedema, que são de caráter fisiológico e visam restaurar a funcionalidade do sistema linfático do organismo, é possível optar pela realização de procedimentos que visam amenizar os desconfortos associados ao inchaço e acúmulo de líquidos. Isso é feito, em geral, pela retirada do excesso de tecidos que se acumulam na região acometida.

Este tipo de tratamento pode ser executado por meio de técnica cirúrgica tradicional ou lipoaspiração, dependendo das características do caso e condições clínicas do paciente. No caso específico da lipoaspiração, o procedimento pode ser associado às intervenções fisiológicas, ajudando a complementar o tratamento e oferecer um melhor resultado para o paciente.

Em todos os casos de cirurgia de linfedema, o procedimento é feito por um profissional especializado em cirurgia plástica. Vale lembrar que a preparação pré-operatória demanda cuidados específicos que, além da realização dos exames laboratoriais, podem incluir o ajuste no uso de medicamentos, controle do peso corporal e até mesmo interromper hábitos como o tabagismo.

Para entender melhor como são formados estes acúmulos de líquido, entender como eles podem afetar sua saúde e descobrir se a cirurgia de linfedema é a melhor opção para você, agende uma consulta com o Dr. João Pedro Biló.

 

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Dr. João Pedro Biló, MÉDICO - CRM-SP: 133.843, RQE: 45413
Especialidade:
Cirurgia Plástica

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